"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Donzela(s) de Ferro...


E então eu ligo a TV e vejo no Jornal da Globo os flashes dos shows no Rock in Rio na noite mais Heavy Metal de todas (e eu nem sabia o que significava essa palavra que nunca tinha ouvido antes).

O ano era 1985 e eu já era rockeiro fã de Queen desde 1981 quando o show de São Paulo transmitido na TV Bandeirantes me deixou bobo. Teve também o Kiss em 1983, ainda de maquiagem especialmente pro show brasileiro, que engrossou o sangue rockeiro nas veias.

Mas aquilo que eu estava vendo na TV naquela noite de janeiro e mal podia acreditar era diferente. Aquilo vinha de encontro com toda a minha fúria adolescente misturada com a paixão pela ficção, lendas, mitologia, história antiga, guitarras fritando, tatuagens, cabelos compridos, e ele...aquele monstro morto-vivo imortal insandecido...Eddie!

Sim, era o Iron Maiden em sua maior turnê de todos os tempos, a World Slavery Tour, e o recém lançado LP Powerslave (1984)! O melhor, o mais marcante, o divisor de águas da minha vida de rock!

Ali eu me tornei o mais ardoroso Maidenmaníaco! No dia seguinte adquiri o meu Powerslave nas lojas Hermes Macedo e em dois dias cantava todas as letras decor! Sim, meus amigos, usar calças de lycra com tênis Le Coq e meião por fora da calça passou a fazer algum sentido! Haah!

Em seguida vieram o ao vivo da mesma turnê, o Live After Death (1985) e, numa paulada só, os quatro anteriores, Iron Maiden (1980), Killers (1981), The Number of the Beast (1982) e Piece of Mind (1983).

Mais tarde, o Somewhere in Time (1986), 7th Son of a 7th Son (1988), No Prayer for the Dying (1990), todos na primeira semana de lançamento no Brasil. E pra fechar a era, o Fear of the Dark (1992).

Em 1993 vivenciei a experiência única e inesquecível de presenciar a despedida de Bruce Dickinson na turnê do Fear of the Dark no Parque Antártica em SP, debaixo de muito frio e garoa...perfeito! Chorei sim, como não?!!

É claro que eu amo King Crimson incondicionalmente e gosto de inúmras outras coisas, mas...Iron Maiden escuto hoje com o mesmo frescor de 1985 e é por esta razão, entre outras, que hoje, com muito pesar, quase de luto, lamento profundamente minha ausência no show de Curitiba e tento me consolar em meio a lágrimas enquanto escrevo estas linhas na certeza de que alguém está lá me representando. Alguém de quem ao lado estou presente espiritualmente, ao menos neste show. Alguém que me faz ser um tremendo sortudo hoje e que para mim é imensamente maior e mais importante que a donzela de ferro...

Anyway, up the irons...Amém.

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