"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

terça-feira, 31 de março de 2009

Tudo sobre Loop Switchers

Gurus de pedaleiras como Bob Bradshaw e Dave Friedman podem encontrar diferentes e intrincadas maneiras de incorporar diversos ótimos pedais em seu equipamento, com toda a flexibilidade que você deseja e sem perda de timbre. Mas esses equipamentos podem ser complexos, pesados e absurdamente caros. Não existe um jeito de um maníaco por pedais com orçamento limitado montar um equipamento intuitivo e portátil?

Aqui está a idéia: digamos que você tem seis pedais – um wah, um overdrive vintage, uma distorção, um phaser, um flanger antigo e um delay analógico. Todos soam bem, mas alguns dos antigos são um pouco barulhentos e, quando estão todos alinhados, o sinal cai. Além disso, você está cansado de sapatear sobre eles para ir de um som limpo com delay e phaser para um timbre sujo com wah, distorção e flanger (cinco pedais separados). Você quer simplificar sua dança e limpar seu sinal. Um loop switcher é a solução.

Essencialmente, loop switchers são controladores de chão com diversos jacks send/return de ¼’’. Estes úteis recursos permitem colocar os pedais em loop, de modo que, se você não está usando o efeito, ele fica totalmente fora do caminho do sinal. Loop switchers são vendidos por vários fabricantes. Para descobrir qual é o certo para você, responda as seguintes questões.

Primeiro, quantos pedais você usa? É necessário um switcher com loops suficientes para acomodá-los.

Segundo, você quer apenas pisar nos pedais individualmente ou quer fazer programações em que diversos pedais ligam e desliga simultaneamente? Se for a primeira alternativa, switchers como o Pedal-Racks True Bypass Strip ou o Voodoo Lab Pedal switcher oferecem o que você precisa. Se você costuma simplesmente alternar entre som limpo e sujo – ou ocasionalmente pise num delay ou wah para solos -, produtos deste tipo permitem que você faça isso de uma forma limpa e silenciosa.

Por outro lado, se você é um discípulo da escola The Edge/Alex Lifeson – em que dramáticas mudanças de timbre envolvem diversos efeitos ao meso tempo - , você precisa de loop switchers programáveis como o Carl Martin Octaswitch, o Pedal Switcher/Comander da Voodoo Lab ou o GigRig MIDI-8 ou PRO-14. Estes engenhosos produtos lhe dão uma quantidade tremenda de contole sobre seus pedais (além de é claro, mantê-los fora da cadeia de sinal quando não estão em uso).

A operação do Octaswitch e do GigRig é simples. Você coloca seus efeitos individuais em loops e pressiona uma pequena chave para qualquer efeito que queira acionar. Então, digamos que para o botão numero 1 você selecionou as chaves 1,3 e 5 (loops contendo wah, distorção e flanger). Toda vez que você tocar aquele botão, você instantaneamente obterá esses três pedais – não importa quais efeitos estavam ligados anteriormente -, e com apenas uma pisada. Você pode conseguir o mês recurso com o equipamento da Voodoo Lab, conectando o Commander ao Pedal Switcher com um cabo MIDI.

Até agora, todo setup que discutimos mantém seus pedais no chão, onde você pode vê-los (mesmo que não esteja mais pisando neles). Se você geralmente leva um rack a seus shows, no entanto, você pode colocar seus pedais numa gaveta deste rack e incorporar um loop switcher montável em rack e um controlador de chão, como o GCX Guitar Áudio Switcher da Voodoo Lab. Isto reduzirá seu equipamento para algo compacto e poderoso.

Dependendo de suas necessidades, você pode encontrar loop switchers que trocam canais de amps, enviam comando MIDI (crucial se você estiver usando equipamento em rack) e oferecem tap tempo, conexão para pedal de expressão, saídas para afinador, boost, buffering, e muito mais. Pode parecer complicado no começo, mas, com tudo ajustado, você obterá mais controle sobre seus efeitos e um sinal mais limpo.

“Pelo que sei, não há caminho de sinal mais limpo do que colocar todos os seus pedais num sistema de chaveamento de loop” diz Bob Bradshaw. “Buffers e bypass verdadeiro em pedais podem resolver um monte de problemas, mas um sistema de looping projetado adequadamente é a melhor solução, mesmo que você não queira entrar no universo MIDI e do chaveamento automático”.

Matt Blackett – Guitar Player americana

http://www.youtube.com/watch?v=CdHwhMzJbeo

http://www.youtube.com/watch?v=ggixAf-eouk

Por que a maioria dos profissionais não usa multi-efeitos?


As chances de você ver um pedal de multi-efeitos nos pés do guitarrista da sua banda favorita são mínimas. Profissionais costumam preferir sistemas feitos sob encomenda ou pedaleiras com um monte de diferentes pedais – mesmo que unidades de multi-efeitos de fabricantes como Boss, Digitech, Korg, Zoom, Rocktron e Peavey possuam muitas vantagens. Esses equipamentos portáteis acabariam com várias preocupações de guitarristas, como conectar cabos entre pedais individuais, lidar com velcro, incompatibilidade de um pedal com uma fonte de múltiplas saídas e todos os desafios de montar uma pedaleira viável. Além disso, oferecem uma dúzia ou mais de efeitos – geralmente pelo preço de três ou quatro pedais – e cadeias de sinal programáveis. Por que então profissionais quase não utilizam multi-efeitos?

O principal motivo talvez seja o fato de guitarristas serem individualistas. Por exemplo, você pode gostar de alguns pedais Boss, mas aposto que gostaria de combiná-los com alguns Digitech, MXR e efeitos de boutique. Há também a questão da programabilidade versus ajustabilidade. Os multi-efeitos permitem ir instantaneamente de um som limpo com wah/chorus/delay para um timbre distorcido com oitavador/flanger/tremolo, mas, se você achar que os seus reverbs estão molhados demais para o local aonde você vai tocar, reprogramar tudo entre a passagem de som e o show pode ser um problema.

A dificuldade para realizar reparos rápidos também é um problema para alguns profissionais. “Comprei uma unidade de multi-efeitos Boss ME-5 para a primeira turnê com Cassandra Wilson que eu fiz”, diz Kevin Breit, que também tocou com Norah Jones. “Era ótimo para simular algumas das coisas que executei em seu álbum New Moon Daughter, de 1996, mas se a ME-5 quebrasse, eu seria obrigado a ligar direto ao amp, e isso significava nenhum efeito. Em uma pedaleira com vários pedais individuais, você pode substituir um cabo com problema ou apenas fazer um show sem o pedal que quebrou. Minha atual pedaleira começa com um afinador Boss e uma A/B Box Radial Switchbone. A cadeia ‘A’ é um envelope filter DOD e dois Ibanez EM5 Echo Machines. A cadeia ‘B’ inclui dois loopers Boomerang, um Electro-Harmonix POG, um pedal de volume Ernieball e pedais Moogerfooger FreqBox, Ring Modulator, Analog Delay e MorRF”.

Há sidemen veteranos como Gerry Leonard (David Bowie, Duncan Sheik, Rufus Wainwright), que utilizam ambas as opções. “Tenho um Boss ME-30 que é ótimo para viagens rápidas, performances em estações de rádio, shows pequenos e até algumas gravações”, conta. “Eu o comprei porque ele pode funcionar com baterias, e os peais da Boss são muito confiáveis. Tentei programar o ME-30 para soar como os pedais Boss individuais de que gosto, como o compressor, o overdrive e o delay. A pedaleira faz até mesmo loops básicos. Um dos grandes problemas com os multi-efeitos, no entanto, é que os presets são geralmente horríveis. Eles são com fast food – salgadas e boas durante três minutos, mas depois você enjoa. Você tende a perder um pouco de definição e atmosfera ao redor do seu som, então é uma boa idéia variar entre suas programações de multi-efeitos e seus pedais individuais, para obter um pouco de perspectiva. Em shows grandes uso um sistema de chaveamento Digital Music Corp. GCX, um TC Electronic G-Force e vários peais analógicos escolhidos de acordo com as necessidades sonoras da apresentação. Este sistema me dá um som matador e bastante flexível, com bypass verdadeiro em todos os efeitos e até mesmo chaveamento de canais do amp”.

Gosto pessoal, dinheiro e necessidades musicais e ergonômicas tendem a dirigir a escolha das ferramentas. Muitas unidades de multi-efeitos certamente são flexíveis e robustas o suficiente para aplicações em turnês profissionais, portanto, o desejo de combinar a seu gosto uma coleção de opções sonoras bastante diferentes é provavelmente o fator principal que afasta os profissionais de utilizarem uma pedaleira integrada Boss, Digitech ou Rocktron no palco.

Michael Ross – Guitar Player americana.



quarta-feira, 25 de março de 2009

The Mars Volta

As guitarras de Omar Rodriguez-Lopez no The Mars Volta, arranjos, execução, e mesmo as performances ao vivo, são pra mim realmente intrigantes...posso afirmar com certeza que esta é a banda mais impressionante que ouvi na última década, e que tem me influenciado muito desde a primeira vez que ouvi o primeiro álbum "De-loused in the Comatorium", então recentemente lançado. Num misto de Pink Floyd pós-Syd Barret e pré-Darkside of the Moon, com enorme influência do King Crimson dos 4 primeiros álbuns, e com o típico tempero latino de Carlos Santana da década de 70, Omar e sua banda, já no seu quarto álbum, vêm se estabelecendo como algo inusitado e maravilhoso neste século repleto de auto-plágios e bandinhas ridiculamente previsíveis.
Contando com o aval e participação nas gravações de Flea e John Frusciante do Red Hot Chili Peppers, a moral dos caras é incontestável! Ali tem de tudo, de Coltrane a Robert Fripp, Omar retira da guitarra uma interpretação expressiva em catarse e com uma abordagem melódica inédita no rock. E esse arsenal de pedais? Com certeza compartilhamos da mesma doença...
http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=1T9eMKxjiLc
http://www.youtube.com/watch?v=zykM-XOZIsY

segunda-feira, 23 de março de 2009

Rock on, Zakk!

Segunda feira é dia de tomar muita água (ou qualquer líquido que contenha ao menos 70% dela, já que o assunto da semana foi a economia mundial de água, hehe!) pra amenizar os danos do final de semana...entre uma palhetada e outra vamos seguir os ensinamentos do Mr. "Stoned & Drunk", o bárbaro (literalmente) Zakk Wylde... http://www.youtube.com/watch?v=AJpCZpysf94

domingo, 22 de março de 2009

Radiohead!

Sim, hoje tem Radiohead em SP e eu não estarei lá pra ver a dupla de guitarristas Jonny Greenwood e Ed O'Brien em ação. Esses dois mandam muito bem juntos (diferente de mim, que odeio tocar com outro guitarrista - tecladistas me parecem uma opção muito mais lógica pra fazer par com um guitarrista). E o próprio Jonny começou na banda como tecladista, função acumulada até hoje. Particularmente, eu gostaria de trocar as 6 cordas pelas teclas sem nenhum remorso, afinal não há nenhuma chance de competição! Um guitarrista só dispõe de 4 dedos de uma mão pra localizar notas em 6 cordas contra todos os 10 dedos do tecladista ao longo do teclado! Alguém certa vez mencionou que o Radiohead era o King Crimson do ano 2000 em certos aspectos e realmente tenho que concordar...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Reverb??? Tô Fora!!!



Reverb é aquela ferramenta mágica que pode fazer uma guitarra seca e sem timbre soar como algo tocado por um anjo numa imensa catedral. É a ferramenta de todo produtor pra fazer a música soar ao vivo num disco. Ainda assim, pode ser o efeito que assassina seu timbre e faz todo o esforço de produzir o melhor timbre do mundo parecer uma completa perda de tempo. Este é um assunto que geralmente causa muito debate.

Detalhes técnicos
Reverb, ou reverberação, é essencialmente muitos ecos com tempos e durações diferentes que se realimentam um sobre o outro. Este “caos” cria ambiência ou reverb. Quanto maior o local, mais reverb.
Há principalmente dois diferentes tipos de reverb, de mola e digital. De mola é normalmente usado em amps. A mola tem um ‘transducer’ numa extremidade que converte o sinal em vibrações que reverberam nas molas e são convertidas de volta em sinal elétrico. Se seu amp tem molas, você pode balançar ele fortemente e ouvi-las ‘se chocando’ dentro, um efeito legal usado por muitos guitarristas famosos!
Reverb digital é basicamente uma simulação das molas, criando um tipo mais preciso de reverb. Ainda que reverbs baratos falhem em criar um som suficientemente bom. Os mais caros têm softwares que simulam cuidadosamente típicas salas, o espaço, a absorção, etc.
Usando Reverb
Reverb é usado na maioria dos discos pra criar um som mais cheio, tornando-o mais ao vivo. Também usado geralmente pra ‘esconder’ vocais desafinados ou guitarras que machucam os ouvidos! (Assista o documentário da BBC sobre a gravação do “Darkside of the Moon” do Pink Floyd pra ver como ele foi usado nas guitarras de David Gilmour). O efeito é bem dramático. Quase toda gravação (ou álbum) teria soado extremamente apagada sem reverb.
Há basicamente duas maneiras de adicionar reverb numa gravação. A mais comum é usando processadores de estúdio com o efeito digital. Desta forma você consegue atingir quase qualquer efeito desejado. A outra, talvez mais excitante, é usando a ambiência da sala de gravação. Mixando a guitarra, você pode adicionar um segundo (ou vários) microfone a distancia do amp. Este microfone irá captar o reverb natural da sala e quando você mistura esses canais você consegue alguns sons bem legais. (outro exemplo ‘pinkfloydiano’ disto é a gravação de “Sorrow” do álbum “A momentary lapse of reason”).
Quando você está num show, notará que o som tem bastante reverb. Esta é a ambiência natural do local. Um local pequeno, como um bar, fará a banda soar mais seca e ‘na sua cara’ enquanto que num estádio ou ginásio você ouvirá um som poderoso com todos os instrumentos soando macios e balanceados. Não importa o quanto grande é a sala, é quase certo que guitarras e bateria (ao menos) não tenham reverb adicional na mixagem. E é aí que o debate começa...
Sem reverb!
Guitarristas que começaram a tocar agora ou apenas tocam em casa dizem que precisam usar reverb senão o som fica muito seco. Vamos entender porque o reverb pode ser ruim pro seu timbre. Tomemos isso como regra, você não deveria usar reverb a menos que esteja usando como um efeito!
Quando você pluga sua guitarra direto no canal limpo do amp, você ouvirá o sinal direto da guitarra, levemente colorido pelo amp. Quando tocar ao vivo, este setup deverá ser sempre sua base, sua refêrencia. Você ouvirá toda nuance de seu amp, dos captadores de sua guitarra, e da sua palhetada. Quando você adiciona efeitos, estes irão colorir o timbre básico e adicionar novas dimensões ao seu som, o que vai afetar o seu modo de tocar e como seu amp soa. Quando você toca ao vivo, não importa o quanto grande é o palco ou o local, seu som irá ecoar através da sala e reverberar naturalmente. Na verdade, quando você colocar reverb de mola ou digital você estará colocando reverb sobre reverb! O que foi naturalmente misturado com a ambiência da sala ficará encharcado de reverb. Isso é mortal, e ninguém vai ouvir aquele seu timbre fantástico obtido nos ensaios!
Deve ser realmente frustrante sentar em casa e tocar sem reverb, como se tivesse dentro do banheiro. Apenas recomendo a você se forçar a fazer isso. Desligue o reverb e aprecie o timbre limpo, a característica de seus efeitos e a dinâmica do seu tocar.
Delay
Use o delay pra criar texturas sonoras e um timbre mais espacial. Quando tocar ritmo basicamente, você deve deixar o delay bem suave. Isto também ajuda a amaciar overdrives ásperos. Quando você tocar solos, você pode adicionar um pouco mais. Isto é muito mais efetivo para criar um som grande e você não perderá as pequenas nuances do seu timbre. Como sempre, devo ressaltar que o mais importante é criar um timbre que você goste. Se isso for feito com toneladas de reverb dentro duma máquina de lavar, então vá em frente!
Ainda assim, é válido experimentar diferentes soluções e caminhos pra regular seu equipamento. Uma coisa de cada vez, você deveria desconectar tudo e começar do zero. Talvez você descubra alguma coisa nova e excitante!

Fonte: Gilmourish.com
Tradução e adaptação: Osmani Jr.


segunda-feira, 16 de março de 2009

Lord of the Pedals

E por falar em Animals (disco do Pink Floyd de 1977), aproveito pra render homenagens atrasadas (antes tarde do que nunca) a um de meus maiores mestres, Sir David Gilmour, que completou 63 anos no último dia 6 de março. Mago absoluto das 6 cordas, Senhor dos pedais, agraciado com a Ordem do Império Britânico, feliz guardião da guitarra Fender Stratocaster 1954 de número 0001.
É mole ou quer mais? Obrigado pelos muitos ensinamentos no universo do timbre, dos botões, da sutileza e bom gosto. Porque no quesito frases musicais, menos é mais...mas no quesito pedais, mais ainda é muito pouco para nós! Pra saber tudo sobre o mestre e seus brinquedos fantásticos acesse www.gilmourish.com
Diversão garantida!

Artistas defendem fãs que baixam músicas na internet

Um grupo de músicos, formado pelo guitarrista Ed O'Brien, do Radiohead, e pelos cantores Robbie Williams, Annie Lennox e Billy Bragg criticou nesta quinta-feira (12) uma proposta que quer tornar crime o ato de baixar músicas pela internet.
Na noite de terça-feira (11), a The Featured Artists Coalition, que reúne mais de 140 bandas ou cantores, votou majoritariamente contra o processo judicial de fãs por esse motivo.
Os músicos transferirão essa opinião majoritária ao secretário de Estado para as Comunicações britânico, lorde Carter, que sugeriu a possibilidade de classificar essas ações como crime, segundo informa hoje o jornal "The Independent".
Um dos músicos, Billy Bragg, declarou ao jornal que "a indústria musical não pode seguir por esse caminho" com medidas protecionistas que equivalem "a colocar a pasta de dente de volta no tubo".
"Os artistas deveriam ter o direito de poder decidir quando sua música pode ser usada gratuitamente e quando é preciso pagar por ela", disse Bragg.
A coalizão, criada para defender os direitos dos músicos no mundo digital, também quer que empresas como YouTube e MySpace remunerem os músicos quando usarem suas composições em publicidade.
É, país civilizado é outra coisa! No Brasil, como já era de se esperar, as coisas andam na contra-mão, graças a entidades como a tal APCM (anti-pirataria cinema e música) que dizem lutar 'sem fins lucrativos' (hahahaha) em defesa das grandes gravadoras combatendo a divulgação e compartilhamento de mídia na internet de forma gratuita.
Nessas horas eu me lembro das letras compostas por Roger Waters pro disco Animals de 1977 do Pink Floyd e vejo o quanto são atuais, aonde ele critica pesadíssimamente os grandes executivos da indústria fonográfica em apenas 3 músicas: "Dogs", "Pigs" e "Sheep".


domingo, 15 de março de 2009

R.I.P.

Ah o Domingo! Momento sublime de meditação doméstica! Hora de limpar a crosta e a meleca que impregnaram minha guitarra e pedais depois de um fim de semana em cima de palcos sujos e escuros de bares fumegantes infestados da nojenta e fétida fumaça de cigarro (parabéns aos fumantes por tornarem minha noite de trabalho mais prazerosa!).
O jeito é fazer de conta que esqueci estes percalços da profissão e tomar litros e litros do nectar revigorante, me preparando pra proxima sessão de defumação semanal!

Smells like teen spirit

Sábado à noite...nenhuma gig enfim, de folga no aconchego etílico do meu lar, ouvindo (estudando?) o timbre de David Gilmour em “Dogs” e finalizando um Harrier 1/48 (plastimodelismo!) quando fui subitamente incitado a assistir a estréia de uma banda Smashing Pumpkins cover! OK, fine!
Lá fui eu de olhos e ouvidos abertos; despido de qualquer pré-conceito, afinal Billy Corgan conquistou alguns créditos comigo, não por ser elogiado e citado por mestres das seis cordas (como foi Tom Morello simultaneamente por John Scofield e Joe Satriani!), mas na verdade por motivo inverso. Seus humildes gestos de devoção frente à presença dos mestres David Gilmour e Edward Van Halen contaram ponto a favor dele.
Tudo bem que pra mim todas as musicas soavam muito parecidas, mas a Franinha gostou de algumas e nem tanto de outras. Gostei da iniciativa da banda em tocar covers de um ‘som alternativo’ e não dos velhos chavões de sempre. Isso me lembra quando eu mesmo tocava numa banda que fazia diversas covers de pop rock nacional e internacional nos longínquos anos 90 e no final duma apresentação veio até mim um distinto nipo descendente alcoolizado me encher o saco pra tocar um som ‘alternativo’ e eu então lhe perguntei do que se tratava e ele me respondeu com aquele bafão maravilhoso: “Smaaaaashinnnn Puuumpkinnnsss” hahaahaa.
Enfim, eles dizem com ternura: “o que vale é a intenção”, e sendo assim, veio-me à mente passar a classificar as bandas por 3 categorias: as que cheiram, as que fedem e as que nem cheiram nem fedem!
Tenho a ligeira impressão de ter sentindo um cheirinho ao assistir o Smashing Pumpkins Cover! (isso vindo de mim é um grande mérito!). Mas pode ter sido o efeito da cerva também, rsrsrs...mas se forem classificados na categoria inodora também já é um grande mérito, e mesmo na categoria fétida (sim, isto vindo de mim também será um grande mérito, hahahah!).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Amplificadores! (parte 2)

Válvulas de pré-amplificador:

As válvulas usadas nos pré-amps dos aparelhos para guitarra são as mesmas em todas as marcas do mercado. Isso se deve às características de alto ganho e baixa distorção destas válvulas. São ótimas para uso em som limpo e distorcido e excelentes para compressores de áudio e som em geral.

Entre as válvulas de pré-amplificação, a mais conhecida é a 12AX7, conhecida na Europa como ECC83. Ela possui alto ganho e é formada por duas válvulas de triodo em um mesmo invólucro, sendo assim chamada de duplo triodo.

Quando queremos menor ganho ou som mais limpo, podemos usar a 12AT7, ou ECC81. Com ganho menor que a 12AT7, a 12AU7 e ECC82 também são muito utilizadas. Mais raro são as válvulas 12AV7 e 12AY7, que oferecem um ganho entre a 12AU7 e a 12AT7.

Phillips 12AX7 – Possuem ótimos graves, médios potentes e agudos claros. Distorcem quando saturadas e ficam um pouco agudas após um certo ponto, mas você pode controlar a agressividade com o botão de tonalidade da guitarra.

RCA 12AX7 – Tem um som equivalente ao da RCA 5751, mas distorce com mais facilidade. É um som de alta fidelidade.

RCA 5751 – Equivalente à 12AX7, foi criada para obter maior precisão nos componentes internos e ser mais resistente a quedas, variações de pressão e outras eventualidades (no uso militar). Seu som é de alta qualidade e fidelidade. Quando saturada, pode-se distinguir as notas dos acordes.

Tesla ECC83 – Possui uma saturação forte nos agudos, além de médios com pouca distorção e poucos graves.

Sovtek 7025 – Ganho muito alto, distorcendo com facilidade. Indicadas para envenenar pré-amps.

Siemens ECC83 – Saturam muito. Possuem um som com muita distorção, mas não são agressivas, embolando as notas do acorde. Tem muito médio e pouco agudo. Boas para solos.

Válvulas de Potência:

6L6GC – As 6L6GC são válvulas de som agudo e médio-agudo. A empresa russa Svetlana continua fabricando essas válvulas. As 6L6 foram muito usadas pela Fender. O par fornece cerca de 50 watts em classe AB.

EL34 – A Marshall começou a usar as EL34 porque as 6L6 americanas que a Fender empregava eram muito caras na Inglaterra. A EL34 é uma válvula de som agudo e a principal responsável pelo som de Jimi Hendrix. A Svetlana EL34 equipa os Marshall e outros bons amplificadores, pois agüentam alta tensão. A potência é semelhante à das 6L6. As EL34 caracterizam o “som Marshall”.

5881 – A Sovtek fabrica as 5881, válvulas de som tipicamente médio que comprime com muita facilidade. Equipa alguns modelos da Fender, Mesa Boogie e outros amplificadores modernos. A 5881 da Tung-Sol oferece ótima sonoridade. Um amplificador equipado com essa válvula fica com um som bem ‘Stevie Ray Vaughan’. Ela possui muita compressão e som bastante claro.

6550 – Esse modelo de válvula é um dos mais potentes do mercado. É uma evolução da 6L6, tem mais volume e suporta mais voltagem. Seu som é brilhante, cheio, pouco distorcido e com muita dinâmica. Comprime pouco. É uma ótima opção para quem quer som claro e definido.

KT66 – Outra evolução da 6L6, a KT66 é uma válvula de pouca distorção e bastante linearidade. Possui um som bem limpo, menos brilhante e mais arredondado do que a 6L6. É rara e cara. É a versão inglesa da 6L6 americana.

KT88 – Essa evolução da 6550 apresenta som gordo e brilhante. A Sovtek KT88 é muito semelhante a RCA 6550.

KT77 – Baseada na EL34, oferece melhor resposta de freqüência e distorce menos do que a sua inspiradora.

6V6 – Possui som médio com bastante compressão. O Fender Princeton e Champ eram produzidos com essa válvula de baixa potência – o par oferece, no máximo, 30 watts em classe AB.

EL84 – Válvula de baixa potência utilizada nos Vox AC30. Fornece cerca de 8 watts cada uma em classe A e se assemelham ao timbre da EL34.

Retificadores:

Os amplificadores, assim como quase todos os aparelhos eletrônicos, funcionam com corrente contínua e corrente alternada. A corrente contínua possui uma polaridade fixa – é a fornecida por pilhas ou baterias.

Quando ligamos o aparelho à tomada de rede elétrica, que fornece energia em corrente alternada, devemos transforma-la em corrente contínua dentro do aparelho para alimentar seus circuitos. Essa transformação é realizada pelo retificador – alguns modelos possuem mais de um.

Nos aparelhos valvulados mais antigos ou em suas reedições, usava-se um único retificador. Após a invenção do diodo, um retificador menor, mais eficiente e mais barato, a válvula retificadora caiu em desuso. Costuma-se usar um ou mais diodos para retificação.

Existem algumas diferenças entre o amp equipado com válvulas retificadoras e o timbre de aparelhos com diodos. Para seu funcionamento, as válvulas retificadoras usam parte da energia fornecida pela fonte do amplificador. Já o diodo não usa energia e custa mais barato. Com válvula retificadora, o som do amp fica mais macio, enquanto os diodos produzem uma sonoridade mais seca.

Válvulas retificadorasExistem vários tipos de retificadoras e, em alguns casos, um técnico pode substituí-las por modelos diferentes para mudar o som do amp. Aqui estão as mais comuns:

5Y3GT – Usada em amps pequenos, como o Fender Champ e Tweed Deluxe. É uma retificadora dupla, ou seja, duas válvulas retificadoras dentro do mesmo invólucro. Puxa uma boa corrente da fonte, amaciando bastante o som.

5U4GB – Muito usada em antigos Fender Tweed e Silverface. É uma retificadora dupla. O consumo de corrente de seu filamento é alto e, em caso de usa-la em substituição a outro tipo de válvula, deve-se verificar se o transformador de força pode suporta-la.

GZ34 (5AR4) – É uma retificadora dupla. Sem dúvida, a mais conhecida e usada. Os Fender Tweed Bassman e Twin são exemplos de amps que empregam a GZ34. Por consumir menos energia da fonte, fornece maior voltagem de saída e, por isso, não devem substituir outras válvulas, sob pena de danificar componentes do amp.

Alto-falantes:

Potência – Quando substituímos um alto-falante por dois ou mais, podemos dividir as potências de cada um para economizar no preço. Divide-se a potência total do falante a ser substituído por todos os novos falantes, mas é preciso respeitar as impedâncias. Por exemplo, um falante de 100 watts por um par de 50 watts cada, ligados em série ou paralelo, ou ainda por dois pares de 25 watts cada ligados em paralelo.

Impedância – Os amplificadores devem ser ligados aos seus alto-falantes respeitando-se as suas impedânicas – em geral 4, 8 ou 16 ohms. Não devemos ligar amplificadores valvulados sem os seus alto-falantes, porque isso danifica as válvulas de saída. Os amps transistorizados são menos sensíveis a esse problema, mas é de bom senso evitar essa prática.

Não podemos conectar alto-falantes de impedância inferior ao indicado no amp, sob pena de danificar o aparelho e o próprio falante. O uso de alto-falante de impedância maior do que o recomendado no amp resulta apenas em perda de potência. Exemplos:

· Dois falantes de 4 ohms cada ligados em série na saída de 8 ohms do amp;

· Dois falantes de 8 ohms cada ligados em série na saída de 16 ohms do amp;

· Dois falantes de 8 ohms cada ligados em paralelo na saída de 4 ohms do amp;

· Dois pares de falantes de 8 ohms cada ligados em paralelo na saída de 8 ohms do amp;

· Dois pares de falantes de 4 ohms cada ligados em paralelo na saída de 4 ohms do amp;

Cuidados e modificações:

Precauções – Os amplificadores valvulados necessitam de um tempo de aquecimento para entrarem em seu funcionamento normal. Muitos amplificadores possuem dois interruptores: o Master liga ou desliga o aparelho e o Stand byStand by deve ser ligado alguns minutos após o acionamento da chave Master. desliga as altas voltagens das válvulas, mas mantém ligados os filamentos em baixa voltagem. Para evitar danos aos capacitores da fonte de alimentação, o

Os amplificadores transistorizados funcionam imediatamente depois de ligados, não precisam de tempo para aquecer. Porém, a carga inicial de eletricidade que entra nos circuitos do aparelho causa um ruído sutil nos alto-falantes. Além de desagradável, no caso dos amplificadores de alta potência pode até danificar os falantes. Muitos modelos possuem um circuito automático que aciona os alto-falantes apenas alguns segundos depois do amp ser ligado. Quando o aparelho não possui esse sistema, é aconselhável abaixar todo o volume antes de liga-lo. Existem unidades que produzem um estalo quando desligadas. Nesse caso, convém diminuir os potenciômetros de volume geral e de volume do reverb.

Dicas de ajustes e transformações – Os amplificadores são configurados na fábrica para fornecer timbre e ganho característicos de sua marca. Quando não estamos satisfeitos com o timbre ou ganho de um amplificador e queremos modifica-lo em vez de substituí-lo, as alterações mais comuns são:

Mudança de timbre – O técnico faz alterações no circuito de tonalidade do amp. As mais simples são feitas pela substituição de valores de resistores, capacitores e potenciômetros. As mais complexas implicam também alterações no circuito.

Alterações de ganho – Mudanças de ganho no aparelho são interessantes, tanto para mais quanto para menos. Ganhos baixos são úteis quando se busca som limpo e timbre vintage. Ganhos altos proporcionam mais volume, drive, compressão e sensibilidade dinâmica. Os amplificadores modernos tendem a ser de alto ganho, para sons de alta distorção. Essas alterações também chamadas de ‘envenenamento’, são feitas por meio de mudança de componentes ou no circuito elétrico ou inclusão de válvula adicional.

Bias – Amps valvulados possuem o ajuste de bias, que deve ser efetuado por um técnico especializado. Esta regulagem deve ser feita toda vez que trocamos as válvulas de saída do aparelho. O que poucos sabem é que esse ajuste pode ser realizado até certos limites. O bias alto tende a aumentar a compressão, o calor e a potência do som. Por outro lado, regulagens altas demais diminuem a vida útil das válvulas. Ajustes baixos de bias costumam alimentar a distorção cruzada, uma distorção em excesso que é perceptível e desagradável. A vantagem é que as válvulas aquecem menos e duram mais.

Troca de válvulas de saída – Quando uma ou mais válvulas de saída precisam ser substituídas, será necessário também trocar todas as outras do aparelho. Esse procedimento garante que todas as válvulas possuam as mesmas características, ou seja, estejam “casadas”. Esse cuidado, apesar de caro, é essencial, já quer uma ou mais válvulas com características diferentes causam desequilíbrio na etapa de saída do amplificador, danificando as válvulas. Não basta comprar as válvulas com o mesmo código e fabricante, é necessário adquirir pares casados. Trocar válvulas não é como trocar lâmpadas. Leve a um técnico especialista para que ele confira o consumo de corrente elétrica de cada uma separadamente e corrija as diferenças.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Amplificadores! (parte 1)

O que é amplificador?

A guitarra depende de amplificação para aumentar o sinal gerado pelos captadores. O amp. usa energia elétrica fornecida por uma fonte externa, empregando a voltagem do sinal originado na guitarra para transmitir aquela energia ao alto-falante. Amplificadores operam de três maneiras: com válvulas, transistores e circuitos digitais. Os processos e as características do som amplificado são diferentes em cada caso.

Gabinete:

Combos – Também conhecidos no Brasil como ‘cubos’, os combos apresentam chassi e alto-falantes no mesmo gabinete. A maior vantagem é serem compactos e portáteis. Sua maior deficiência é o baixo rendimento em freqüências graves. São muito usados em gravações, mas podem também ser empregados em shows.

Cabeçotes – São amplificadores sem os alto-falantes no mesmo gabinete.

Stacks – É a combinação do cabeçote com duas caixas, colocadas uma sobre a outra. A vantagem dos stacks são melhores graves, maior possibilidade de potência total dos alto-falantes e maior dispersão sonora. Suas desvantagens são o peso e a dificuldade de transporte.

Half-stacks – Costuma-se também usar o cabeçote com apenas uma caixa.

Controles:

Há basicamente dois tipos de amplificadores para guitarra: os de estilo antigo e os modernos. “Estilo antigo” refere-se àqueles que possuem apenas um canal e não têm volume-master. Possuem baixo ganho e só conseguem boa saturação quando em volumes altos.

Já os amps de estilo moderno, além de terem controles de ganho e volume-master, oferecem ganho alto, altas doses de distorção, mesmo em volumes baixos, e alguns efeitos embutidos.

O que é canal? – São estágios de pré-amplificação que possuem controles independentes de graves, médios, agudos, e volume. Cada canal pode ser ajustado com um timbre diferente e, assim, torna-se possível mudar rapidamente de um som para outro, por meio de chaves ou footswitch. Os amps modernos costumam oferecer dois ou mais canais.

O que é volume-master? – É um controle global de volume. A vantagem de termos controles de ganho e volume-master são evidentes. Quando queremos um som limpo, devemos colocar o ganho em um nível baixo e controlar o volume final com o botão de volume-master. Por outro lado, se queremos um som mais sujo, mas com o mesmo volume anterior, colocamos o ganho em um nível alto e o volume-master em um nível menor do que o ajuste anterior. O volume-master equilibra o som.

Chave de potência – Alguns amps, na maioria valvulados, possuem uma chave de potência que serve para diminuir a potência do amplificador – por exemplo, de 100W para 50W. Quando o guitarrista vai tocar em um lugar grande, o amp pode ser ajustado para 100W, e num lugar pequeno, para 50W.

Controle de presença – Realça os harmônicos de freqüências médias ou agudas.

Chave de brilho – Semelhante ao controle de presença, dá ênfase aos agudos.

Contour – É um controle de acentuação e atenuação de médios. Age de forma mais radical do que um controle de médios normal. Costuma vir no canal sujo, para produzir timbres distorcidos mais agressivos.

Válvulas ou transistores?

A principal diferença entre válvula e transistor é a forma de transferência interna do sinal. Na válvula, este sinal é enviado por meio de um gás e, no transistor, por intermédio de um material semicondutor sólido – por isso amplificadores transistorizados são chamados de solid-state. Veja quais são os prós e contras dos amps valvulados, comparando-os com os transistorizados:

Prós:

·A transição entre som limpo e distorcido é mais suave do que nos aparelhos transistorizados.

·Apresentam maior faixa dinâmica, já que a válvula demora mais para entrar em distorção e comprime gradativamente o som. O transistor responde de forma brusca.

·A distorção natural das válvulas é mais bonita e musical porque, ao distorcer, elas geram apenas os harmônicos pares, enquanto os transistores produzem todas as ordens de harmônicos.

Contras:

·As válvulas devem ser substituídas com freqüência, pois sofrem desgastes. Além disso, são muito mais caras do que os transistores.

·São equipamentos mais suscetíveis a ruídos e microfonias.

·Os amps valvulados são pesados, pois possuem transformadores de força maiores e um transformador de saída.

·São mais frágeis porque as válvulas não suportam impactos.

·O custo é mais alto, tanto para aquisição quanto para manutenção.

Equipamento em rack:

Os sistemas de rack apresentam módulos separados de potência, pré-amplificação e periféricos. O formato em rack possibilita a utilização de marcas e sons diferentes, ampliando as possibilidades sonoras. É um sistema prático para shows e gravações, pois podem ser controlados por uma pedaleira MIDI.

Amplificadores híbridos:

Amplificadores híbridos são aqueles que misturam válvulas com transistores em seus circuitos. Aliam as vantagens das duas tecnologias e possuem um preço menor que um amp totalmente valvulado.

Power valvulado e pré-amp transistorizado – O pré-amp transistorizado permite recursos e ganhos maiores a um custo menor. A potência valvulada é ideal para distorções e compressões vintage. A desvantagem da distorção do power é que ela só ocorre em volumes altos. Esse problema é contornado distorcendo os sinal no pré. Como o pré-amp é transistorizado, obtemos uma distorção típica dos pedais e perde-se muito do som valvulado.

Power transistorizado e pré-amp valvulado – O pré-amp valvulado preserva o timbre característico das válvulas. A potência transistorizada amplifica sem alterar o som do pré. Porém, ao contrário do power valvulado, o som não fica bom em volumes altos, porque a distorção dos transistores não tem boa qualidade. Contorna-se essa dificuldade produzindo a distorção nas válvulas do pré-amp e aumentando a potência do power, para que seja possível utiliza-lo abaixo do limiar da distorção dos transistores.

Power transistorizado e pré-amp híbrido – Chamamos de pré-amps híbridos aqueles que utilizam uma válvula para o canal sujo e transistores para o canal limpo. É a forma mais barata de produzir um som com tempero vintage.

Potência – Saída:

O power, ou potência é o circuito responsável pela amplificação final do som – sua função é entregar o sinal de áudio amplificado ao(s) falante(s). A potência de saída é dada em watts RMS – Root Mean Squared. Quanto maior este valor, maior a potência do power. Ele pode ser valvulado, transistorizado ou híbrido.

Pré-Amp:

O pré-amplificaor, como o nome indica, é o circuito usado antes do power. Ele é responsável pela amplificação do sinal do instrumento para o power. O pré discrimina o que é grave, médio, agudo e volume. Também pode ser transistorizado, valvulado ou híbrido.

Transformador de força:

O transformador de força é o componente responsável pelo fornecimento das voltagens necessárias aos diversos estágios do amplificador. Ele pode ser um componente diminuidor de tensão em amps transistorizados. Para os valvulados, o transformador de força abaixa a tensão para acender os filamentos das válvulas e eleva a tensão para que elas funcionem. Muitos amplificadores possuem uma chave seletora manual para escolher a voltagem necessária; em alguns amps esse chaveamento é automático.

Transformador de saída:

Os amplificadores valvulados necessitam do transformador de saída. Ele é necessário para efetuar o casamento de impedância entre as válvulas de saída e os alto-falantes. A impedância das válvulas é alta, normalmente entre 5 e 100 K-ohms, e os alto-falantes possuem impedância de 4, 8, 16 ou 32 ohms – sendo os mais comuns 4 ou 8 ohms.

O transformador de saída tem uma resposta não linear, gerando modificações no timbre. Assim, são responsáveis também pelas diferenças sonoras entre amplificadores valvulados e transistorizados.

Classes de amplificação:

Em amps de potência existem formas diferentes de polarizar as válvulas ou transistores, denominadas classes de amplificação. As mais comuns são: classe A, classe B, e classe AB.

Classe A – Nesta classe, a corrente elétrica circula plenamente pelas válvulas ou transistores. Devido ao seu baixo rendimento, não se costuma usar esta classe acima dos 30 ou 35 watts.

Classe B – Os elementos amplificadores de saída, sempre em número par, funcionam de forma alternada – quando um deles conduz corrente elétrica o outro é desligado. Em classe B, a eficiência máxima da amplificação é maior do que na classe A, ou seja, desenvolvem maior potência com o mesmo número de válvulas ou transistores. A classe B é rara em amplificação para guitarra.

Classe AB – A classe AB é intermediária as A e B. Com uma pequena polarização nos elementos de saída obtém-se um alto rendimento, próximo da classe B, e boa linearidade (baixa distorção), como na classe A. É a classe mais utilizada nos amplificadores de guitarra.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tremolo? O que é isso???

Como o nome já diz, o efeito de tremolo faz o som tremer. Atenção! Não confundir com o Vibrato, que é um efeito de modulação. O tremolo funciona com uma sucessão de silêncio e som. O volume vai abaixando e aumentando automaticamente, criando desde uma leve tremedeira até uma simulação de helicóptero. Esse efeito era parte integrante de amplificadores da década de 60 e hoje é mais encontrado em pedais, em versões transistorizadas ou valvuladas, sendo que estas últimas apresentam um som mais quente, semelhante ao dos amplificadores antigos. Ele também aparece em algumas pedaleiras e racks de efeito em formato digital. Os efeitos de tremolo eram inicialmente embutidos em amplificadores como os da Fender, Ampeg, Vox e até Marshall. No Brasil, equipavam amplificadores valvulados e transistorizados da Giannini e Phelpa. Hoje podemos encontrar versões transistorizadas e valvuladas em pedais ou em reedições de amplificadores antigos. Um de vários exemplos do uso do tremolo está em "Born on the Bayou" do Credende Cleanwater Revival.

terça-feira, 10 de março de 2009

Phaser? O que é isso???

O efeito de Phaser é conseguido por meio da quebra do sinal original da guitarra em dois estágios. Uma das partes sofre uma pequena alteração de fase com atraso e modulação por meio de LFO (low frequency oscillator). Todas essas mudanças podem ser ajustadas. Esse sinal é usado para modular o original, variando a fase no sinal geral, cancelando alguns pontos e somando outros. Esse tipo de efeito foi bastante usado por guitarristas de rock e reggae, mas encontrou morada especialmente no funk. Por ser meio ‘ácido’, o phaser, ao lado do envelope filter e do wah-wah, se tornou um dos melhores efeitos para os grupos desse estilo durante a década de 70, sendo usado também no baixo e no teclado. Além do formato pedal, o phaser aparece em algumas pedaleiras e em racks de efeito digital.

O phaser é apresentado ainda em versões mono e estéreo. O estéreo panning (efeito que quando usado em dois amplificadores passa o som modulado de um para o outro) torna o timbre mais gordo e presente. Os controles do phaser são principalmente os de profundidade (depth, width) e os de velocidade (speed, rate). Mas, alguns pedais acrescentam os controles de volume do efeito (level), equalização (eq) e até de atraso da onda modulada (delay). Entre os pedais de phaser que fizeram muito sucesso estão o MXR Phase 90, muito usado por guitarristas de vários estilos, desde rock até o funk. Como exemplo, podemos citar quase que tudo do Van Halen da era David Lee Roth, e também, de forma mais sutil, as guitarras do Iron Maiden em toda década de 80.

Flanger? O que é isso???

Ele foi o pedal de modulação preferido dos guitarristas, principalmente na década de 80, quando muitos fabricantes desenvolveram vários tipos. O flanger é uma espécie de delay ultracurto e o termo veio da época em que os efeitos de eco eram produzidos por fitas magnéticas, quando algumas trilhas precisavam ser mixadas. Como a velocidade das fitas era variada – uma em relação à outra (eram utilizados dois carretéis de fita) – isso criava uma modulação ‘ácida’, como aquela usada por Jimi Hendrix no final de ‘Axis: Bold as Love’. Tal efeito foi descoberto por Les Paul ao usar dois discos tocando o mesmo material, porém atrasando a velocidade de um em relação ao outro.

Essencialmente o flanger é o efeito de delays opostos, que cria picos harmônicos com velocidades que podem criar vibrações com variações das ondas até sete. Os primeiros flangers eram feitos em estúdios com equipamentos de capacidade limitada. Porém, a partir da década de 70, surgiram os primeiros pedais de efeitos, e a maioria dos flangers apresentava quatro controles, conhecidos por diferentes nomes (de acordo com os fabricantes): manual, delay ou d-time (atraso da onda modulada do efeito em relação ao sinal original), speed ou rate (velocidade da onda do efeito), width, depth ou range (profundidade da onda do efeito), e regeneration, color, rosonance ou enhance (realimentação da onda).

Varios tipos de flanger também são encontrados em racks e pedaleiras. Nos primeiros, eles são digitais, com um som mais brilhante do que os modelos antigos. Nas pedaleiras, eles aparecem com regulagens limitadas, dependendo da marca. Apesar da alta tecnologia dos processadores digitais, muitos guitarristas ainda procuram por pedais vintage (Electro-Harmonix, MXR, ADA, Boss e Ibanez, entre outros) devido ao som ‘quente’ e clássico que eles produzem, além da facilidade de regulagem e manuseio, seja durante um show ou em ensaios.

Confiram "High Landrons" de Eric Johnson e "Hear about it later" do Van Halen, como exemplo.