"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Top 10 discos de rock que moldaram um guitarrista esquizoide dos anos 80

Em 1981 vi pela TV o show do Queen em SP. Foi meu primeiro contato com o mundo do rock que ficou gravado em meus jovens e sóbrios neurônios, então com 10 anos de idade. Naquele momento, ao ver e ouvir Brian May, contraí o incurável vírus do rock n’ roll. Na mesma ocasião me lembro do Van Halen também em SP (não dei muita bola na época), o Led Zeppelin (The Song Remais the Same na TV preenchendo o tempo do horário político) e um tempo depois, em 1983 o Kiss, última turnê com maquiagem (I Love it Loud, achei o máximo). Daí pra frente, comecei minha busca por esta nova sonoridade, garimpando aqui e ali, copiando fitas k7 de amigos e gravando LPs emprestados, como o Live Killers do Queen. Em 1985 finalmente comprei meu primeiro LP, com meu dinheiro, o LP do Rock in Rio (onde conheci Ozzy, Scorpions, AC/DC e Def Leppard). Quando vi o Iron Maiden na TV, fiquei doido, no outro dia comprei o Powerslave e pouco tempo depois o Live After Death. Daí pra frente a coisa explodiu, todo mês eu comprava uns 2 ou 3 LPs, além de gravar e copiar todas as fitas k7 possíveis e imagináveis. Neste início de contaminação da minha epidemia roqueira (mais ou menos de 1985 a 1989), alguns álbuns foram marcantes pra mim, nem sempre por ser o melhor disco da banda, mas por marcar aquele momento específico da adolescência, rebeldia planejada, guitarras Gianinni e caixas de som estouradas...

01 - Live Killers - Queen
02 - Powerslave – Iron Maiden
03 - The Song Remains the Same – Led Zeppelin
04 - Dark Side of the Moon – Pink Floyd
05 - In the Court of the Crimson King – King Crimson
06 - Lovedrive – Scorpions
07 - In Rock – Deep Purple
08 - Master of Reality - Black Sabbath
09 - Fly by Night - Rush
10 - Crusader – Saxon

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Esses guitarristas incríveis e seus pedalboards voadores III - Nels Cline


“Infelizmente, felizmente, estranhamente, parece que sou conhecido por usar um monte de pedais de efeitos”, diz Nels Cline. "Para mim, eles são como cores em uma paleta, e não um artifício." Embora o talentoso guitarrista toque em uma série de projetos, verifiquemos seu setup expansivo para seu trabalho mais famoso – guitarra solo na banda de alt rock Wilco.
As chaves para o som do Cline são overdrive, compressão, volume e delay: "Esta é a versão explodida desses parâmetros", explica ele. O pedal de volume é particularmente importante para Cline, que foi apresentado a sua utilidade na década de 70 através de caras como Steve Howe e Robert Fripp. Além de usá-lo para sons de violino e trazendo volume para cima e para baixo, Cline - o sempre amante de single-coil - também emprega o pedal de volume para eliminar aquele ‘hum’ de 60 ciclos. "Eu sempre tenho o meu pé sobre ele", diz ele. Ele usa o Boss FV-500H, porque não quebra com facilidade e é transparente.
A outra chave para o seu timbre é o famoso Klon Centaur, que ele recorre para linhas de guitarra, como os solos de "Impossible Germany" e "Ashes of American Flags". Este último solo também emprega seu Boss VB-2 Vibrato e o reverb Electro-Harmonix Holy Grail.
Outros favoritos de Cline incluem o ZVex Fuzz Factory, que ele descreve como "muito estranho, intenso e incontrolável", e o Magnavibe, que segundo ele é o único pedal que replica o timbre de um velho amp Magnatone com o qual ele grava. Ele soma o Fuzz Factory com o Digitech Whammy (ajustado para duas oitavas abaixo) e bate nas cordas com uma mola para ‘timbres do fim-de-mundo’. Ajustando o Whammy entre suas configurações, enquanto sua surrada Fender Jazzmaster descansa sobre seu amp, e manipulando seu Korg Kaoss Pad 2, geralmente utilizado para efeitos de delay de fita - gera ‘clusters’ paranoicos fora do tom.
Cline soma seu Fulltone DejáVibe com o delay Boss DD-7 para timbres no estilo de Hendrix em Band of Gypsies ("Que não vem a calhar com o Wilco", brinca), emprega o fuzz Fulltone '69 para timbres de fuzz de germânio e chama o Crazy Tube Starlight para entrar em ação quando timbres ‘old-school’ de ProCo RAT são requeridos. Seu vintage Electro-Harmonix 16 Second Delay tem sido parte do seu som por mais de 25 anos depois que Bill Frisell modificou-o para ele, e está sempre em ação gravando, usado para ‘loopings’ em tempo real.
Cadeia de sinal: Boss TU-2 tuner > Z.Vex Fuzz Factory> Fulltone DejáVibe> DigiTech Whammy > Boss CS-3 Compression Sustainer > Boss VB-2 Vibrato > Bigfoot FX Magnavibe > Klon Centaur > Crazy Tube Circuits Starlight Overdrive > Crowther Hotcake > Fulltone ‘69 > Electro-Harmonix Pulsar > Crazy Tube Circuits Viagra Boost > Boss FV-500H volume pedal > Boss DD-3 delay > MXR Phase 45 > Boss DD-7 delay
O técnico de guitarra de Cline, Eric Baecht, chama o segundo pedalboard de Cline - a coleção de fazedores de ruídos situados em uma mesa – de "projeto científico", e a descrição é apropriada para a abordagem de Cline com os efeitos. Ele está constantemente tocando e experimentando. "Eu me divirto em todos os lugares que eu vou," disse Cline.

Os pedais estão em linha, sem ‘loops’. Quando questionado sobre isso, Cline explica: "Eles degradam SIM o meu som... degradação É o meu som. Eu não sou um purista sobre nada, então por que eu iria ser um purista sobre timbre de guitarra?"
Cadeia de sinal: Signal Chain: Electro-Harmonix Deluxe Memory Man > Electro-Harmonix 16 Second Delay > Electro-Harmonix Ring Thing > Korg Kaoss Pad 2 > Electro-Harmonix Holy Grail Plus. (Fotos por Rebecca Dirks)


Fonte: premierguitar.com
Tradução e adaptação: Osmani Jr.



Esses guitarristas sobrenaturais e seus pedalboards voadores II - Eddie Van Halen

O pedalboard atual de Eddie é bastante simples. Está equipado com a linha de pedais assinada da marca Dunlop / MXR / EVH que todos nós já associamos a ele durante anos, incluindo seu Phase 90, Flanger, e EVH95 wah (à direita), bem como um MXR Analog Chorus e um Boss OC-3 Super Octave. Diz o técnico Craig DeFalco: "O único ajuste no palco que ele fará nos pedais é o Flanger – pra ir da configuração de 'Unchained' para a de ‘Outta Love'." Também possui vários dispositivos custom feitos por Dave Friedman da Rack Systems, incluindo um ‘mute swith’ no canto inferior direito, e um ‘buffer’ que atua como ‘boost’ para enviar um sinal cristalino ao longo do cabo para o sistema de som. Também usa uma fonte de alimentação G-Lab PB-1. O controlador de 4 botões EVH (não MIDI) no meio do pedalboard seleciona entre três canais de seu amp principal EVH 5150 III, enquanto que o de 6 botões (não-MIDI) na borda frontal do pedalboard aciona os pedais, bem como o delay Lexicon PCM 70 que ele usa para "Cathedral" e a dupla de delays Roland SDE-3000 (identificados como "DDLS") que ele tem usado desde os anos 1980.
Fonte: premierguitar.com
Tradução e adaptação: Osmani Jr.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Esses guitarristas sobrenaturais e seus pedalboards voadores - John Scofield



Para aqueles que, assim como eu, sofrem da incurável doença "G.A.S." (Gear Acquisition Syndrome) e que também são apreciadores destes pequenos brinquedos mágicos, responsáveis por colorir nosso timbre e alegrar nossos ouvidos, segue aqui uma série de posts que tem como objetivo dar uma 'mastigada' nos setups de caras que são verdadeiros mestres não só na arte de tocar, mas principalmente na arte de timbrar seus instrumentos. Pra começar, uma olhada mais de perto no novo pedalboard de John Scofield...


Interface:

Vertex Dual Buffer (buffer de entrada única, buffer/splitter de saída única para dividir o sinal MONO para dois amplificadores) com uma chave de polaridade e transformador de isolamento na saída para o Amp 2, e "break-out" de efeitos para inserir os pedais fora da pedaleira entre os pedais de distorção e modulação.


Caminho do sinal:

INTERFACE (buffer de entrada), Vertex True Bypass Loop (Digitech Whammy XP100), TC Electronic Polytune Mini, Vertex Axis Wah, Rockett Blue Note, Boss GE-7 Equalizer (modificado pela Vertex), INTERFACE (break-out), Boss CE-3 Chorus (modificado pela Vertex), Neunaber Technologies Mono WET Reverb, Vertex True Bypass Loop (Boomerang Rang Plus), INTERFACE (buffer/splitter de saída única, dividindo o sinal MONO para dois amplificadores).


NOTAS

* O Boomerang Rang Plus está no chão, fora da pedaleira e é colocado ou retirado do caminho do sinal por meio do Vertex True Bypass Loop.

* O equalizador GE-7 (modificado pela Vertex) é modificado para maior transparência, funcionamento mais silencioso, e mais ênfase no mid-range e nos agudos para ser usado mais como um treble booster. Também modificado para true bypass.

* O chorus CE-3 Chorus (modificado pela Vertex) é modificado para velocidades mais rápidas, mais ondas, e timbre mais gordo para melhor simular um efeito Leslie de qualidade. Também modificado para true bypass.

Fonte: Vertex Effects Systems
Tradução e Adaptação: Osmani Jr.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Carta Aberta ao Parasitismo Social (parte 2)

O ciclo do parasita se encerrou e este partiu em busca de novos hospedeiros para nutri-lo, deixando para trás seu rastro de destruição e prejuízo a quem a contra gosto lhe abrigou.
O ex-sócio sangue-suga cumpriu o que se esperava dele. Fugiu com o rabo entre as pernas abandonando o imóvel o qual sou o locatário, onde montamos um estúdio de ensaios e que, após felizmente ter deixado esta sociedade, cedi amigavelmente para que continuasse sozinho com o negócio, segundo decisão do próprio, além de vender a ele minha parte correspondente à sociedade em forma de amplificadores de guitarra. A promessa de regularizar a situação passando o contrato de locação no seu nome, bem como a de me pagar os amplificadores, jamais se concretizou e a situação foi empurrada com a barriga durante os últimos dois anos, sobrando a mim a dívida de vários aluguéis atrasados, contas de água e luz (4 meses de inadimplência) e o prejuízo do equipamento que legalmente me pertence, além da reforma do imóvel para a devida entrega (chaveiro, chaves, fechaduras, cadeados, caçambas p/ entulho, materiais de construção diversos, vidros quebrados, vidraceiro, marceneiro, madeiras, pedreiro, piso, mão-de-obra, tintas, pintor, etc.).
O mais interessante neste fechamento de ciclo é que, embora eu tenha sido vitimado por este verme, o prejuízo, transtorno e constrangimento que me gerou, em nada me afetaram. Muito pelo contrário. Nunca prosperei tanto em todos os sentidos quanto nos últimos dois anos, justamente após ter desamarrado esta âncora do meu tornozelo.
O mau caráter, por sua vez, apesar de ter me tirado ao todo quase 20 mil reais, apenas sedimentou sua posição eterna no fundo de um poço de excremento, do qual jamais sairá. Agora, além de um reles lixo sub humano, também entrou pra categoria de criminoso procurado pela justiça...

Tandem óbtinet iustitia.