Para inaugurar o blog, gostaria de comentar um pouco sobre os efeitos mais usados, que formam a base de um bom set-up de guitarra:
Saturadores:
O que um ‘saturador’ faz é aumentar o número de harmônicos do sinal puro da sua guitarra, de forma que todas as freqüências ali contidas (os harmônicos naturais que formam o timbre do instrumento) são aumentadas a um limite além do que o seu amplificador pode conduzir sem afetar o sinal. As distorções podem utilizar transistores, como nos pedais de overdrive, distortion, ou fuzz, ou então ser obtida através das válvulas, em amps ou pré-amps valvulados.
Modulações:
Você já ouviu falar em LFO, ou Low Frequency Oscilator? É um oscilador de baixa freqüência, ou seja, um dispositivo que cria uma onda numa freqüência mais baixa que o mínimo audível (por volta de 16 a 20 Hz). Essa onda silenciosa pode ser somada a uma onda audível, e o resultado serão modulações dessa onda original, que vai ganhar uma espécie de vibrato, som/silêcio/som/silêncio, na velocidade definida pelo LFO.
Esse é o princípio técnico por trás dos chorus, flangers e phasers. No chorus, o sinal da guitarra é dividido em dois, e um deles é levemente desafinado e modulado com o LFO. O resultado é aquela impressão de um som mais cheio, como quando ouvimos dois instrumentos dobrando uma mesma linha melódica, por exemplo. Nos flangers, acontece o mesmo, só que o sinal é realimentado, quer dizer, uma parte do sinal modulado é mandada de volta á entrada (feedback), e processada novamente. Já nos phasers, o sinal também é quebrado em dois, sendo que um deles sofre uma alteração de fase, com um pequeno atraso (ambos ajustáveis), e modulação via LFO. Esse sinal é utilizado para modular o outro, original, e o resultado é uma variação de fase no sinal geral, com as freqüências cancelando-se em alguns pontos e somando-se em outros.
Simuladores de ambiência:
Os reverbs são uma espécie de simuladores de ambiente, variando desde uma pequena sala com um eco (reverberação) discreto, até uma sala enorme, onde o som parece vir do fundo de uma catedral. Inicialmente eram gerados com a passagem do sinal através de um mecanismo de molas (plate reverb), cuja vibração dava a sensação de profundidade que se ouve com nitidez nas gravações de surf music, por exemplo. Hoje, muitos amplificadores ainda vêm com reverb de mola, mas os multi-efeitos utilizam a versão digital que também traz excelentes resultados, tamanhos definidos de sala, como ‘hall’, ‘room’, ‘church’, etc., e ainda permitem uma regulagem bastante precisa dos tempos de difusão, reflexão e quantidade de efeito.
Já o delay repete, com atraso calculado, o som executado. Dependendo do modelo, entre pedais, racks e multi-efeitos, o delay vai permitir a você definir o tempo que leva para a repetição soar (delay time), quantas repetições (feedback), e o volume destas repetições (delay level). Tais ecos podem ser de 50 a 2000 metros, dependendo do modelo da unidade, e são separados em curtos (short delay), médios (médium delay), e longos (large delay). Alguns chegam a ter multi-tap delays, que permitem determinar os tempos entre várias repetições.
A seguir, deixo a sugestão de ligação desses efeitos, seguindo como regra básica colocar os pedais de maior ganho (como distorções) no início da corrente (sentido guitarra – amplificador) e os de modulação e ambiência sempre após estes:
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