"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mistérios da Distorção

Nos primeiros dias da música amplificada, distorção era considerada sacrilégio! Apenas amplificar (fazer soar mais alto) o som de um instrumento (como um violão) era o que músicos buscavam. Entretanto, muitos guitarristas de blues, country e finalmente rock n’ roll descobriram que aumentando o volume de seus amps valvulados, eles podiam criar um som distorcido rico e com sustain, não muito diferente daquele de um ríspido solo de saxofone, tão popular naqueles dias! Nos anos 60, os primeiros pedais de ‘fuzz’ disponíveis comercialmente fizeram mais fácil simular aquele ‘efeito sonoro’ de um amp sobrecarregado ou de um falante rasgado.
Hoje em dia, uma guitarra distorcida já não é considerada um ‘efeito’. Na verdade é a definição básica de como soa uma ‘guitarra solo’.
As maneiras mais comuns de se obter uma guitarra distorcida são:
1 – Colocando o volume do amp (valvulado especialmente) no máximo provocando saturação. (Um benefício deste método: abaixe o volume da guitarra e a distorção fica ‘limpa’).
2 – Ajustando o controle de ganho do preamp alto e o volume máster baixo em amps que tenham esses controles separados. (conseqüentemente fazendo o inverso você terá um som muito limpo). Esse tipo mais moderno de amp normalmente oferece 2 ou mais ‘canais’ então você pode rapidamente trocar entre 2 timbres.
3 – Inserindo um pedal de distorção, overdrive ou fuzz na cadeia de sinal (entre guitarra e amp).
Uma vez que você tenha começado a desenvolver seu próprio timbre, aqui estão algumas coisinhas pra ter em mente e ajudá-lo a refiná-lo:
Estilo musical ou situação: Enquanto sua primeira inclinação seja girar o botão de ganho até o máximo, muitos guitarristas usam menos distorção do que você pensa. Especialmente quando gravam!
Controles de tonalidade: A maioria dos amps tem ao menos os controles Graves, Médios, e Agudos. Quando estiver regulando estes controles, aqui vai um bom ponto de partida: Posicione todos eles no meio (50%) primeiro. Daí, pra uma ‘base metal’, por exemplo, experimente aumentar os Agudos e Graves, com pouco ou nenhum Médio...Soa poderoso! Por outro lado, uma ‘guitarra solo’ (principalmente em blues e rock clásico) vai precisar de bastante Médios. Isso dará as notas o ‘punch’ pra competir com baixo e batera.
A característica tonal da sua guitarra: Captadores simples (singlecoils) tendem a soar mais brilhantes do que os duplos (humbuckings); Cordas grossas ou baixas afinações soam mais graves do que finas em afinação normal. ‘Maple’ ou ‘ébano’ na madeira da escala, ou corpo com tampo em ‘maple’ podem adicionar brilho à voz fundamental de sua guitarra. Regule os Agudos do amp de acordo com isso, e reajuste isso quando trocar de guitarra. Não tenha medo de ter alguns dos controles do amp no zero ou no máximo se necessário.
Tudo que você usar pode afetar seu timbre: Um cabo velho e barato ou um pedal antigo provavelmente ‘sugará’ os agudos, enquanto que um cabo novo de alta tecnologia soará bem brilhante, talvez demais!
Todo ambiente soa diferente: Se você tem um amp pequeno que soa perfeito no seu quarto acarpetado, não fique chocado quando ele soar totalmente diferente na garagem! Materiais como cimento, azulejo e vidro vão acentuar o brilho do seu timbre, enquanto que carpete, cortinas, estofados, e um grupo de pessoas, farão o som ficar mais ‘escuro’. Talvez você queira adicionar reverb ou delay, e mais agudos.
Finalmente, lembre-se: o que soa ‘agradável’ para uns pode ser o ‘horrível’ para outros...Use seus ouvidos!

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