Primeiro os instrumentos musicais exigiam perícia física, coordenação. Com os computadores, fazer música passou a depender de teclado, mouse e programas de mixagem e remixagem. O Reactable alia esses dois lados: explora o lado conceitual do fazer música - entender o que está fazendo é mais importante do que dominar o aspecto psico-motor - mas traz isso para um ambiente físico, onde objetos são manuseados.
Reactable. Música táctil. Peças dispostas sobre uma superfície circular - cada uma tem símbolos que uma câmera disposta sobre a mesa identifica e localiza na mesa. Um computador processa essa informação, transformando-a em imagem e em som. A imagem é projetada, dando forma visual à música.
Fazer música é um trabalho que envolve perícia mecânica, coordenação motora - acertar as teclas certas dentro de um ritmo. É em parte como datilografar. A arte pode até existir dentro de você, mas para ela se materializar, você precisa desenvolver uma habilidade corporal.
O Reactable aproxima a música da gente. É um pouco como assobiar. Você vê o que está acontecendo. As peças têm formatos diferentes, cada tipo com uma função: ritmo, tom, efeito. A posição espacial delas na mesa modifica de alguma maneira o som. E alguns objetos também interferem no som gerado por outros dependendo da proximidade entre eles.
Bjork foi o passarinho que espalhou primeiro essa semente. Ela conheceu o instrumento há coisa de uns anos (jamais me esquecerei de quando vi isso com meus próprios olhos ao vivo no Tim Festival de 2007). E o Reactable virou uma das atrações de sua turnê mundial. Desde então, outros passarinhos apareceram. Quem tem música na barriga, não se segura.
Reactable conjuga tecnologia e arte a ponto de não se saber separar uma da outra. E leva de volta a música para o corpo, como o pé batendo no chão, como cantar, que a gente faz sem escola, vivendo a música, sendo música.
Fonte: www.naozero.com.br
Maiores informações: www.mtg.upf.es/reactable/
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