"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pérolas aos Porcos


Achei que estava lendo o caderno de economia do jornal mas não, era o caderno de cultura mesmo!
Interessante que o título da matéria era "Bolsa de valores musicais", porém em momento algum consegui achar os tais valores musicais...somente os monetários...pois se o assunto é o tal do sertanejo universitário (que de sertanejo não tem nada, muito menos de universitário...), então estamos falando de finanças e não de arte...
Compartilho aqui a matéria para que tirem suas conclusões:

"Sertanejo universitário se transformou em um negócio milionário, enriquecendo músicos, produtores e empresários londrinenses"


"O sertanejo universitário é uma indústria poderosa e Londrina está bem no centro dessa produção. A cidade abriga o QG de artistas famosos e produtores musicais de referência nacional, como Orlando Baron, um dos responsáveis pelo meteórico sucesso do cantor Luan Santana. O londrinense é produtor ainda de Fernando & Sorocaba, este um dos maiores investidores de um mercado que conquistou a simpatia de grandes empresários que apostam nessa nova bolsa de valores.

Um negócio de milhões de reais em que alguns produtores musicais são cotados a preços superiores a R$ 40 mil para apenas uma produção. Mercado em alta também para músicos que acompanham duplas que despontam, faturando até R$ 10 mil mensais de cachê.

''Hoje, o sertanejo é uma empresa e ninguém está aqui para brincar de cantar. Atrai investidores que não têm nada a ver com o cenário musical. Como todo negócio de risco, existem os investidores que sabem ganhar dinheiro e outros não'', afirma Baron.

São empresários, como os do ramo da construção civil, que descobriram que investindo R$ 500 mil na gravação de 30 mil cópias de um CD promocional dá para construir rapidamente um novo sucesso.

Produtor musical londrinense, Márcio Alessandro Silva afirma que os empresários do sertanejo chegam a lucrar 25% do valor pago por show. Se o cachê for de R$ 100 mil, o investidor fatura R$ 25 mil. Levando-se em conta o número de apresentações realizadas por mês, quem investe no gênero está faturando, contabilizando também patrocínios e royalties.

Luan é um produto dessa indústria e de aposta em retorno rápido para investidores como o cantor Sorocaba que, além de centralizar o controle da carreira do ídolo de Campo Grande (MS) em Londrina, trouxe para a cidade a dupla curitibana Henrique & Diego.

O retorno do sucesso é investido no artista: a megaestrutura de Luan conta com duas carretas de equipamentos, ônibus e jatinho fretado para se deslocar de um show para o outro.

''Encaro o Sorocaba como um dos maiores empreendedores no mercado sertanejo. Ele acredita nas duplas. O Sorocaba tem parte tanto do Luan Santana, como do Henrique & Diego. Eu vou falar o que eu acho e confesso que sou ousado em dizer isso: o Luan será o novo Roberto Carlos do gênero sertanejo por ter atingido um público formado até por crianças e que vai crescer com o cantor. É aí que entra a produção e direção musical. Eu fiz o Luan totalmente pop music. Só não coloquei guitarra. O violão é que dá a cara do sertanejo'', revela Baron, que já está preparando os novos trabalhos de Luan e de Fernando & Sorocaba.

Baron fala com a propriedade de um profissional que até bem pouco tempo morava no Patrimônio Regina, distrito rural londrinense, e hoje viaja o Brasil inteiro, produzindo mais de 200 duplas sertanejas de médio porte.

Para enfrentar o mercado altamente competitivo e atingir um padrão de qualidade que o tornou, aos 33 anos, um dos fortes nomes do sertanejo, Baron produz os seus discos em estúdios de Londrina, mas também de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

''Faço todos os arranjos e produção a musical e dou uma força também para os artistas no mercado. Aconselho a quem quer investir, que procure duplas com condições de se tornarem um top de linha. Aí faz um trabalho de divulgação enorme. Não tem como não dar certo''.

Bom, já que meu colega de longa data Orlandinho fechou a matéria com chave de ouro, só me resta acrescentar que sou obrigado a concordar com ele...realmente não tem como não dar certo!

Da minha parte prefiro continuar na miséria de quem trabalha com música de verdade.

10 comentários:

  1. A matéria é interessante porque mostra justamente como funciona esse mercado de sucessos... $$$ é o que interessa... atrai "investidores"... só funciona e dá certo porque os nossos ouvidos, há muito tempo, já foram sendo preparados para trabalhar para esse esquema. Já reparou que, sem querer, você acaba cantando um refrão de uma música dessas sem nunca ter passado perto de um CD desses caras? Nossa cabeça é imã de coisa ruim, e é difícil quebrar o ciclo com tantas mídias apelando para nossa sensibilidade musical mais rasa.

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  2. Cara voce perdeu 3 Oportunidades!!!
    -Se enforcou no Luan
    -Se enforcou no Sorocaba
    -E a principal: de ficar com a bôca fechada,
    Lá de onde você vem acredito que tenha este ditado popular, Quem fala demais dá bom dia a cavalo, aproveite e cuide mais de suas atitudes, nunca envolva nomes de terceiros, tente ser você mesmo,e não uma coisa que não é! você tem o mau do paranaense, que: come xuxu e arrota perú, trabalhe mais e feche e escove a bôca, pois acredito que o seu bafo esteje izalando palvaras que podem lhe prejucar, você deveria ter mencionado que esta sendo processado por, vender trabalhos em nome de outras pessoas, sem ao menos sequer que elas saibam disso, seu picareta

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  3. Pois bem, meu amigo "ANÔNIMO", vamos por partes. Em primeiro lugar, não faço a menor ideia do significado da metáfora 'enforcar' empregada no seu texto. Em segundo lugar a oportunidade que eu não perco é a de expressar minhas opiniões publicamente de acordo com meus direitos democráticos garantidos e assegurados pela Constituição Brasileira. Tanto acredito nesta liberdade de pensamento que postei seu comentário acima, apesar de ANÔNIMO, e de estar repleto de erros gramaticais e concordância verbal, pra não mencionar a completa falta de nexo na construção do texto. Em terceiro lugar, não envolvi nomes de terceiros (que por sinal também são paranaenses em sua maioria, sendo assim a estória de comer xuxu e arrotar peru vc direcionou a quem afinal?). O texto em verde é uma reprodução integral publicada no jornal e na internet, portanto é de total responsabilidade de quem o redigiu, o que me faz crer que vc realmente não conseguiu entender o sentido do que leu, visto que em nenhum momento tem um caráter depreciativo dos mesmos citados, muito pelo contrário). Já o texto em branco reprenta minha opinião sobre o assunto, e me é garantido o total direito de me expressar e manifestar minha indignação frente a mediocridade vigente na música brasileira. Em quarto lugar, não estou sendo processado por nada, não estou vendendo trabalhos em nome de outras pessoas sem que estas saibam, e não consegui entender praticamente nada do que o amigo ANÔNIMO tentou exprimir em seu comentário, mas acredito que este foi fruto justamente da falta de compreensão sintática ao ler o meu texto.

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  4. ah, já ia me esquecendo, amigo ANÔNIMO, não se esqueça de observar o comentário acima do seu do meu amigo Murilo, músico e jornalista de primeira grandeza no cenário cultural brasileiro...

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  5. Acho q o Anônimo confundiu o Osmani com outra pessoa.

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  6. Caramba, alguém explica por favor pro ANÔNIMO aí em cima que isso aqui é um blog, não é a penitenciária...

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  7. Puxa, legal a matéria. Ouvi a história há alguns dias aqui em São Paulo, sobre o empresário ter mudado o Luan para Londrina e estarem usando infra-estrutura local para produzirem novos artistas para esse mercado.
    Só tenho que dar parabéns ao meu amigo Orlandinho, que sempre foi um cara centrado na música de raiz e conseguiu aproveitar o momento atual com toda a bagagem musical que ganhou ao longo dos anos. Foi sempre um músico talentoso e ainda vindo de uma família de inegáveis talentos!! Orgulho para nós amigos e para os londrinenses.
    Já sobre a indústria da música, o que tenho a dizer é que este espaço no mercado acontece com a música sertaneja pois há uma incerteza enorme por parte das gravadoras. Talvez um mercado de novo rock esteja acontecendo no país, mas não é forte, seu público não tem poder de compra como o outro. Eram as gravadoras que determinavam o sucesso desse ou daquele artista, eram a única fonte de investimento no mercado musical e hoje estão completamente perdidos. Tanto no quisito legal quanto sobre possíveis tencências no gosto e no que as pessoas investiriam seu suado dinheiro. CDs ou DVDs não se vendem mais, hoje não são muito mais do que ferramentas de divulgação do artista, como investimento é sempre uma incógnita. O mercado da música sertaneja ainda é o melhor negócio do Brasil pois além da profissionalização do setor por todo o país ter acompanhado o crescimento do agronegócio, ainda tem ampla aceitação popular, o que não acontece com a música Baiana, por exemplo.

    Mas OSMANI, não dá pra sair da miséria com uma música que você acredite ser mais "de verdade" ?? Cada vez mais deixamos de ter limites para venda e divulgação de trabalhos musicais. É cada vez mais fácil se encontrar um público específico e se tornar próximo dele, com tantas ferramentas tecnológicas à disposição quem sabe sua música não vai bem em um mercado mais "carente" de algo assim???

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  8. Mais um analfabeto funcional contemplado com a tal da inclusão digital...

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  9. Sim, Fernando, na verdade voce tem toda a razão! E todos que tem praticado a boa música tem obtido êxito profissional sem a necessidade de vender-se à ditadura da mídia descartável, pois o tempo é o melhor remédio pra isso tudo. Tão ou mais descartáveis que certas músicas são os supostos artistas que as geraram. E como bem lembrou o Gião logo acima, as ferramentas tecnológicas como a internet estão aí à disposição de todos...sem excepção!

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  10. Acho que o que me conforta nisso tudo é que os músicos - tenho amigos que trabalham com duplas "sertanejas" - estão conseguindo viver dignamente, mesmo tocando uma música sem identidade alguma (misturam guitarra de rock, percussão de axé, acordeon de forró, etc, etc), que é empurrada goela abaixo das pessoas pela mídia de massa...

    Como bem colocou o Osmani, o tempo resolve isso tudo...

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