"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O mago e seus segredos


Jimmy Page teve períodos (principalmente pre-72) em que esteve realmente experimentando. Aqui temos um sumário generalizado do que ele estava usando, ainda que em raras ocasiões, ele quebrasse completamente os padrões previamente estabelecidos. Ele provavelmente teve problemas técnicos e de disponibilidade em vários shows o que o forçou a escolher certos setups de amps que normalmente não escolheria:

1968 ao início de 1969: Telecaster e Fuzz ("Tonebender") com vários amps - Jimmy refere-se a essa época como sua era "mistureba" de amps e caixas. Seu timbre dependia mais da distorção gerada pelo seu pedal de fuzz do que dos amps. Era também um timbre mais "espetado" devido a Telecaster, embora seu pedal de fuzz pudesse comprimir bastante disso e dos agudos naturais a uma Telecaster. Os amps desta era incluiam valvulados e transistorizados: Rickenbacker, Fender, Marshall, Arbiter, Vox, WEM, e outros. Ainda assim, seu timbre permanecia relativamente consistente, pois era baseado em seu timbre fuzz - seu pedal.

Meados de 69 a início de 1970: Les Paul e Fuzz com Marshall, Hiwatt, Arbiter, etc. - Ele partiu pra sua Les Paul em Abril de 69, mas manteve seu timbre de fuzz por muitos shows. Seu timbre agora está mais denso por usar Les Paul, mais poderosa, e ligando o fuzz num amp valvulado já saturado e comprimido. Nesta era ele poderia soar bastante embolado e realmente distorcido, apesar de usar de vez em quando um treble-booster no lugar do fuzz. Ou ainda, poderia ligar ocasionalmente direto no amp como no final de 69 obtendo um timbre muito mais limpo.

Meados de 70 a meados de 72: Les Paul com Hiwatt, Marshall e Orange amps principalmente - Jimmy agora se livrou do pedal de fuzz (embora usasse de vez em quando um treble-booster até por volta do início de 71, que é mais como um pedal de overdrive, não tão fuzz). Mesmo assim, ele começou a exibir a virtude e pureza duma Les Paul direto num bom amp valvulado. Seu timbre podia variar de realmente saturado até muito limpo.

Final de 1972 - 1980: Les Paul diretamente num Marshall. Este é um timbre maravilhoso e clássico que possui muita dinâmica e variedade que Jimmy controlava pelo simples ajuste dos botões de volume e tonalidade. É tão eficaz que ele o manteve por 8 anos de Zeppelin ao vivo! É importante notar também que em meados de 72 é quando ele trocou o captador da ponte em sua Les Paul nº1, que agora tem um capa cromada. esta nova configuração de captadores trouxe um timbre de Les Paul mais proeminente e colorido à posição do meio e maior clareza no geral - agora ouvimos um timbre mais 'midrange' do que nos anos anteriores. Este timbre é melhor representado por 'Song Remains the Same' de 73, embora possamos ouvi-lo também em provavelmente todas as faixas de meados de 72 até 80.

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