"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Madeiras da Escala


Já demos uma olhada nas madeiras do corpo, agora é hora de observarmos com atenção a escolha crucial da madeira da escala. Alguns dizem que a escala é só uma questão de pegada, mas isto é só o começo.
Opções de escala:

Maple - Conhecemos o maple como uma madeira muito brilhante para escalas. O produto da sua natureza reflexiva são harmônicos na frequência aguda, o que remete a termos como "twang" e "jangle". Todos os interessados na 'vibe' clássica duma Telecaster optam por escalas de maple principalmente porque era a escolha original da Fender nos anos 50 por destacar o "chickin' pickin'", bends complexos e acordes limpos. Entretanto, é tudo uma questão de gosto pessoal já que podemos ver lendas do country e do blues tocando guitarras tanto com escala em maple quanto em rosewood. Para guitarristas, a escolha do maple ao invés do rosewood é mais baseada na pegada do que no timbre. Por ser uma madeira dura e seca, voce sempre encontrará o maple coberto de verniz enquanto que no rosewood os óleos naturais são tudo o que voce precisa. Alguns preferem a sensação menos 'pegajosa' dum braço sem acabamento, então o rosewood é a escolha óbvia neste caso.

Rosewwod - Uma madeira oleosa e porosa que é usada numa ampla variedade de guitarras com single coil ou humbucker. É dito que ela absorve mais harmônicos que o maple e com timbre geral cheio e rico, com um som denso. Não há necessidade de verniz na escala, mas não significa que não tenha a necessidade de acabamento. Como teste, tocamos duas Stratocasters Fusion Clasic idênticas, desplugadas, e elas definitivamente tem seus timbres distintos. A dureza do Maple em uma produziu um estalo mais alto e mais frequências agudas quando as cordas eram puxadas, enquanto que a versão com rosewood tem um som acústico mais gordo e macio. Claro, toda guitarra soará diferente mesmo quando feitas de material idêntico, então será sempre uma questão pros seus ouvidos resolverem.
Maple/Rosewood Fretboards

Ébano - Madeira densa e dura naturalmente resistente ao tempo. O sólido e negro gaboon ou ébano africano é mais visto nos baixos acústicos (upright). O som estalado e percussivo é um complemento perfeito pras notas profundas e ocas dum instrumento acústico. Com isto em mente, Pense no que o ébano pode fazer nas frequências da guitarra. Proporciona um ataque crespo e harmônicos cantantes que são mais brilhantes que o maple. Esta definição adicional que vem do ébano o faz a escolha popular dos virtuosos do jazz (Gibson L-5) até os fritadores (ESP V). É bastante suave (outra razão para instrumentos sem trastes) e pode ajudar a prevenir fatiga dos dedos depois de longas horas tocando. Entretanto, escassez, preço e natureza frágil fazem com que voce só o encontre em guitarras 'custom'. Luthiers usam escalas em ébano para elaborar desenhos custom pelo alto contraste obtido. Embora o ébano seja forte e possa até reforçar o braço, ele deve ser manipulado com cuidado durante a construção, e isto significa mais trabalho. Existem centenas de espécies de ébano, alguns mais baratos, que possuem qualidades favoráveis mas não espere que todos estes tenham o mesmo visual do gaboon.

Pau Ferro - Madeira granulada e densa que normalmente cai entre rosewood e ébano em relação a estrutura e timbre. O pau ferro tem um sustain bem legal e tem os harmônicos complexos e ataque do maple com os timbres mais densos e quentes do rosewood. Baixistas também gostam de sua natureza versátil e articulação. Para uma popular guitarra com pau ferro, o melhor exemplo é a Strato SRV!
SRV Strat

Madeiras alternaivas. existem obviamente muitas outras opções de escalas exóticas como cocobolo, padauk, lacewood, e bubinga. Voce ainda irá encontrar excelentes timbres em madeiras menos conhecidas. Contudo, o timbre vem da guitarra como um todo e também de quem está tocando. Experimentar é a melhor maneira de encontrar novos e únicos timbres. Então se voce tiver a oportunidade, pense em explorar algumas escalas diferentes...

Fonte: PGS

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