"O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." (Carl Sagan)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma mulher chamada Cerveja

Já que comecei toda essa divagação sobre o sexo feminino, nada mais justo que concluir a trilogia. E de forma curta e grossa (leia-se masculina). Afinal mulher é igual cerveja ou não é? As boas te deixam doidão, chapado, de perna mole, falante, sorridente, engraçado, feliz, triste, relaxado, emotivo, e zerado no dia seguinte! A ruins também! hahhaa...porém no dia seguinte (e nos subsequentes) te dão uma puuuuta dor de cabeça dos infernos!!! Como diria o mestre Homer Simpson, "Ah, cerveja! A causa e a solução de todos os problemas da humanidade!"

domingo, 26 de abril de 2009

Uma mulher chamada Amplificador

Bom, já que passei os últimos dias meditando um pouco sobre essa relação mulher x guitarra, é natural que eu concluísse com a comparação mulher x amplificador, como bem resume a foto acima. Não é à toa eu ter substituido meu amado amplificador Mesa Boogie Mark IV por um Custom Audio OD-100. Acho que o próximo passo no futuro será substuir ele por algo com um ou dois botões somente. Algo mais masculino, eu diria, dentro da sexualidade dos amplificadores de guitarra...simples assim. Um botão pra ligar/desligar e outro de volume. O que mais precisa? Ou ta ligado ou ta desligado! Não tem meio termo. Ou ta alto ou ta baixo o volume. Sem aqueles milhões de botões presentes num Mark IV que voce passa horas timbrando e quando acha que terminou, leva o amp pra tocar em outro local e constata que todos os timbres regulados anteriormente em casa estão completamente diferentes. É botão que não acaba mais! E é um amp cheio de frescuras, detalhes, possibilidades, chatices, etc. Ou seja, praticamente uma mulher! (ou amplificador fêmea, se preferir). Tudo bem, isso é versatilidade, mas à essa altura do campeonato eu ja sei exatamente o que quero pra mim! Esta mesma filosofia tenho adotado em relação à pedais, quanto menos botão melhor. é maravilhoso poder ligar um pedal sem mesmo conferir a regulagem e, não importanto qual seja, o som sempre sai legal! Isso vem acontecendo comigo desde que abandonei as pedaleiras multi-efeitos já faz muito tempo, que tem milhões de parâmetros a serem regulados e no final nunca ficam com um bom timbre. Eu sei que é até possível de simular bons timbres, mas a mão-de-obra que dá é absurda! Elas te deixam totalmente perdido!...(eu tava falando de pedaleiras ou de mulheres hein??). Por isso tenho optado por coisas simples cada vez mais. O pior é que no final das contas, uma vez ou outra, eu acabo seduzido por alguma parafernalha cheia de botões, que faz milhões de coisas malucas ao mesmo tempo, me surpreendendo a cada dia com novos timbres, novas possibilidades, enfim, praticamente uma mulher...

sábado, 25 de abril de 2009

Uma Mulher chamada Guitarra

Vinicius de Moraes

UM DIA, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam um mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.

0 violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina — viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo — o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.

Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar, preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.

Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de
la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.

Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado — contra o peito — lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.

Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila num céu alto? E eu vos responderei; um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.

Texto extraído do livro "Para Viver um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 14.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Tiradentes (principalmente os de ouro!)

Que feriado besta é esse afinal? Joaquim José da Silva Xavier? Bode expiatório de pseudo-amigos mais espertos pra não serem enforcados e esquartejados também? Um verdadeiro laranja! Deve ser uma data mais importante que a de amnhã, descobrimento (descobrimento?? hahahah) do Brasil (tão besta quanto, mas ao menos não é digno de ser um feriado). E o que mudou de lá pra cá? Acredito que a tão temida derrama que Portugal planejava fazer acontece nos dias de hoje de forma mais velada. Penso nisso, por exemplo, quando eu,na qualidade de músico profissional, tento importar um instrumento musical sem qualquer similar no Brasil e no entanto ainda sou taxado pela Receita Federal em 60% de imposto. Quando o assunto é importação de instrumentos e equipamentos musicais a coisa vira uma grande e absurda piada nacional. Brasil! Brasil! Assim vocês me quebram as pernas (e as de Tirandentes também, literalmente, hahaha). E a saída pra isso? Bom, existem vários aeroportos internacionais no Brasil, é só escolher..."A língua é minha Pátria, e eu não tenho Pátria, tenho Mátria e quero Frátria".